sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Centros de Educação na SUAPI



100% dos adolescentes dos centros socioeducativos de Minas estão matriculados em escolas


Todos os jovens que cometeram atos infracionais e cumprem medidas de internação em MinasGerais estão matriculados no ensino fundamental e médio. As escolas funcionam dentro dos 18 centros socioeducativos de internação da capital, Região Metropolitana e de cidades do interior do estado. A porcentagem de jovens com a frequência mínima (75% das aulas) exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação chega a 93% dos matriculados. Todos eles passam quatro horas do dia nas escolas dos centros socioeducativos, que são regulares e reconhecidas pela Secretaria de Estado da Educação (SEE). Atualmente, há 889 adolescentes em conflito com a lei em internação definitiva em centros socioeducativos.

escolas_centrossocioeducativos2.jpgA superintendente de Gestão das Medidas de Privação de Liberdade, da Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas (Suase), Elaine Rocha Maciel, explica que o acesso à escola trata-se de uma garantia de direito dos adolescentes. “O grande desafio da educação no sistema socioeducativo é dar sentido para a escola na vida dos adolescentes, pois quando eles ingressam em um centro de internação o mundo da educação formal ficou distante há muito tempo”, explica Elaine Maciel.

A Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas tem um total de 22 centros socioeducativos, sendo 18 são de internação e quatro de internação provisória, local onde os jovens aguardam a determinação da medida socioeducativa pelo Judiciário. Nos centros provisórios não funcionam escolas formais, porém são realizados projetos pedagógicos, em parceira com a Secretaria de Educação (SEE), com temas que perpassam todas as disciplinas. 

Desempenho

escolas_centro-socioeducativos.jpgA Escola Estadual do Centro Socioeducativo de Patrocínio tem obtido bons resultados, como destaca o diretor Gilberto Pereira de Souza. “Tivemos neste ano sete alunos aprovados no Encceja e um dos jovens da 5ª série obteve o primeiro lugar no Proalfa, dentre as 33 escolas da Superintendência Regional de Ensino de Patrocínio”, comemora o diretor.

O Proalfa é o Programa de Avaliação da Alfabetização, sistema de avaliação desenvolvido pelo Governo de Minas Gerais,  em parceria com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/UFJF), para acompanhar os níveis de proficiência dos alunos, ou seja, a capacidade de ler, escrever, interpretar e fazer sínteses de textos.  Já o Encceja é Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos. O exame garante o certificado do Ensino Fundamental para os candidatos que tenham 15 anos ou mais e que não concluíram essa etapa da escolarização.

O gerente de educação da Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas, Edilton Antonio Alves de Araújo, explica que a média de distorção idade/série entre os jovens do socioeducativo é de aproximadamente quatro anos, ou seja, os jovens chegam para cumprir medidas de internação com quatro anos a mais da série que deveriam estar cursando.

Astrolábios e fitas coloridas

Despertar o interesse e a paixão dos jovens pela matemática e a vida escolar é a especialidade do professor Carnot Jacy Roque Neto, nos três anos de magistério em todas as escolas dos centros de internação de Belo Horizonte. A geometria e a álgebra, por exemplo, são trabalhadas de forma lúdica e muito prazerosa e os alunos nem percebem estar em uma aula de matemática.

O professor Carnot costuma utilizar as técnicas de “role play” para o aprendizado de álgebra. Para isto os alunos interpretam situações em shoppings onde vendedores, cliente e gerentes passam por situações de compra, venda e troca de mercadorias. Para a geometria são utilizadas fitas adesivas coloridas presas no chão para a melhor visualização das formas geométricas. “Meus alunos conseguem descobrir suas capacidades e vários já me disseram nunca ter imaginado que entenderiam os conteúdos da matemática, isto é muito gratificante”, relata entusiasmado o professor.

A construção de astrolábios, antigo instrumento usado para navegação, é outro recurso do professor Carnot junto com os adolescentes. “Eles produzem um modelo e saímos fazendo medidas de muros e paredes dentro do socioeducativo. Meu maior orgulho é encontrar na rua com ex-alunos e ter o relato do quanto representou para ele as nossas aulas.” Ele conta que recentemente estava em um restaurante no Bairro Mangabeiras e um jovem que trabalhava na cozinha foi até sua mesa cumprimentá-lo. Ele tinha sido seu aluno e completou o ensino médio quando terminou de cumprir a medida socioeducativa.

Fonte:  https://www.seds.mg.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2488&Itemid=71 . Acesso em 11 out. 2013



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