A maior produção agrícola de Três
Pontas é o café. E o café, sem dúvida alguma é o fruto nacional, a bebida mais
consumida, e, com certeza, o elemento mais agregador de nossa cultura.
Mas você já parou para pensar
qual a origem desse frutinho vermelho, que nas terras sul-mineiras era, e ainda
hoje é chamado de Ouro Verde?
A história do Café
A história do café começou
no século IX. O café é originário das terras altas da Etiópia (possivelmente
com culturas no Sudão e Quênia) e difundiu-se para o mundo
através do Egito e da Europa. Mas, ao contrário do que se
acredita, a palavra "café" não é originária de Kaffa — local de origem
da planta —, e sim da palavra árabe qahwa, que significa
"vinho"(قهوة), devido à importância que a
planta passou a ter para o mundo árabe.
Uma lenda conta que um pastor chamado Kaldi
observou que suas ovelhas ficavam mais espertas ao comer as folhas e frutos do cafeeiro.
Ele experimentou os frutos e sentiu maior vivacidade. Um monge da região,
informado sobre o fato, começou a utilizar uma infusão de frutos para resistir
ao sono enquanto orava.
Parece que as tribos africanas, que conheciam o café desde a Antiguidade,
moíam seus grãos e faziam uma pasta utilizada para alimentar os
animais e aumentar as forças dos guerreiros. Seu cultivo se estendeu primeiro
na Arábia, introduzido provavelmente por prisioneiros de guerra, onde se
popularizou aproveitando a lei seca por parte do Islã. O Iêmen foi
um centro de cultivo importante, de onde se propagou pelo resto do Mundo
Árabe.
O conhecimento dos efeitos da bebida disseminou-se
e no século XVI o café era utilizado no oriente, sendo torrado pela
primeira vez na Pérsia.
Na Arábia, a infusão do café recebeu o nome de kahwah ou cahue (ou
ainda qah'wa, do original em árabe).
Enquanto na língua turco otomana era conhecido como kahve,
cujo significado original também era "vinho". A classificação Coffea arabica foi dada pelo
naturalista Lineu.
O café, no entanto, teve inimigos mesmo entre os árabes, que
consideravam suas propriedades contrárias às leis do profeta Maomé. No
entanto, logo o café venceu essas resistências e até os doutores maometanos
aderiram à bebida para favorecer a digestão, alegrar o espírito e afastar o
sono, segundo os escritores da época.
Chegada do café no
Brasil
Em 1727, o
sargento-mor Francisco de Melo Palheta, a pedido do governador do Estado
do Grão-Pará, lançou-se numa missão para conseguir mudas de café, produto que
já tinha grande valor comercial. Para isso, fez uma viagem à Guiana
Francesa e lá se aproximou da esposa do governador da capital Caiena.
Conquistada sua confiança, conseguiu dela uma muda de café-arábico, que
foi trazida clandestinamente para o Brasil.

As condições climáticas não eram as melhores nessa primeira
escolha e, entre 1800 e 1850, tentou-se o cultivo noutras regiões: o desembargador João
Alberto Castelo Branco trouxe mudas do Pará para a Região Sudeste e
as cultivou no Rio de Janeiro, depois São Paulo e Minas
Gerais, locais onde o sucesso foi total. O negócio do café começou, assim, a
desenvolver-se de tal forma que se tornou a mais importante fonte de receitas
do Brasil e de divisas externas durante muitas décadas a partir da década
de 1850.
O sucesso da lavoura cafeeira em São Paulo,
durante a primeira parte do século XX, fez com que o Estado se tornasse um dos
mais ricos do país, permitindo que vários fazendeiros indicassem ou se tornassem presidentes do
Brasil (política conhecida como café-com-leite, por se alternarem na
presidência paulistas e mineiros), até que se enfraqueceram politicamente com a Revolução
de 1930.
O café era escoado das fazendas depois de secados nos
terreiros de café, no interior do estado de São Paulo, até as estações de trem,
onde eram armazenados em sacas, nos armazéns das ferrovias, e, depois embarcado
nos trens e enviado ao Porto de Santos, através de ferrovias,
principalmente pela inglesa São Paulo Railway.
E no sul de Minas?
Aqui no sul de Minas, Varginha e Três Pontas se despontam
como as maiores produtoras de café da região. E Carmo de Minas, próxima a São
Lourenço, no alto da Serra da Mantiqueira, vem desenvolvendo a cultura de cafés
finos, cafés gourmet.
Produção de cafés especiais em Carmo de Minas
Vejam aí a diferença entre o café arábica e o café conilon
Nenhum comentário:
Postar um comentário