segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Estamos a menos de um mês do natal. Durante o Natal, um festejo que se destaca é a Folia de Reis. Os Ternos de Reis começam a sair, visitando as casas, na noite do dia 24 de dezembro; e a visita continua até o dia 6 de janeiro, dia de Reis, que, na igreja católica, esse dia é chamado de Epifania do Senhor. Mas você sabe como surgiu a Folia de Reis? E você sabia também que a Folia de Reis é um dos festejos mais populares no interior das Gerais?

Folia de Reis é um festejo de origem portuguesa ligado às comemorações do culto católico do Natal, trazido para o Brasil ainda nos primórdios da formação da identidade cultural brasileira, e que ainda hoje mantém-se vivo nas manifestações folclóricas de muitas regiões do país. Ela apresenta um caráter profano-religioso, fazendo parte do ciclo natalino, anualmente realizado entre 24 de dezembro a 6 de janeiro, quando se realizam as comemorações do nascimento de Jesus com várias festividades, ou festejos populares: como Folia de Reis, Império do Divino, Reinado do Rosário e Pastorinhas.

Na tradição católica, a passagem bíblica em que Jesus foi visitado por reis magos, converteu-se na tradicional visitação feita pelos três “Reis Magos”, denominados Melchior, Baltasar e Gaspar, os quais passaram a ser referenciados como santos a partir do século VIII. Em pesquisa literária, feita por Pergo, levantou-se que a tradição da “Folia de Reis” chegou ao Brasil por intermédio dos portugueses, ainda no período da colonização. Essa manifestação cultural era realizada em toda a Península Ibérica e era comum a ocorrência de doação e recebimento de presentes enquanto eram entoados cantos e danças nas residências da época. Baseado nessa argumentação, a Folia de Reis teria vindo ao Brasil no século XVI, trazido pelos Jesuítas, e servindo como um instrumento na catequização dos índios e, posteriormente, dos negros escravos.

Fixado o nascimento de Jesus Cristo a 25 de dezembro, adotou-se a data da visitação dos Reis Magos como sendo o dia 6 de janeiro

Na cultura tradicional brasileira, os festejos de Natal eram comemorados por grupos que visitavam as casas tocando músicas alegres em louvor aos “Santos Reis” e ao nascimento de Cristo. A Folia de Reis se mantém-se viva sobretudo nas pequenas cidades dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás, dentre outros.

No Brasil a visitação das casas, que dura do final de dezembro até o dia de Reis, é feita por grupos organizados, muitos dos quais motivados por propósitos sociais e filantrópicos. Cada grupo, chamado em alguns lugares de Folia de Reis, em outros Terno de Reis, é composto por músicos tocando instrumentos, em sua maioria de confecção caseira e artesanal, como tambores, reco-reco, flauta e rabeca (espécie de violino rústico), além da tradicional viola caipira e do acordeão, também conhecida em certas regiões como sanfona, gaita ou pé-de-bode.

Além dos músicos instrumentistas e cantores, o grupo muitas vezes se compõe também de dançarinos, palhaços e outras figuras folclóricas devidamente caracterizadas segundo as lendas e tradições locais. Todos se organizam sob a liderança do Mestre da Folia e seguem com reverência os passos da bandeira, cumprindo rituais tradicionais de inquestionável beleza e riqueza cultural.


As canções são sempre sobre temas religiosos, com exceção daquelas tocadas nas tradicionais paradas para jantares, almoços ou repouso dos foliões, onde acontecem animadas festas com cantorias e danças típicas regionais, como catira, moda de viola e cateretê. Contudo ao contrário dos Reis da tradição, o propósito da folia não é o de levar presentes mas de recebê-los do dono da casa para finalidades filantrópicas, exceto, obviamente, as fartas mesas dos jantares e as bebidas que são oferecidas aos foliões.

Integrantes
  • Três Reis Magos: participantes que personificam os reis que visitaram o Menino Jesus, quando ele nasceu: Baltasar, Melquior e Gaspar.
  • Palhaços: Geralmente dois ou três, que fazem o papel de dançarinos do grupo. Eles têm o costume de se chamar de irmãos e possuem obrigações e proibições específicas (como jamais dançar diante da Bandeira). Eles realizam acrobacias usando um bastão,
    vestem-se com máscaras, portam um apito com o qual marcam a chegada e a partida da Bandeira. Durante as exibições dos palhaços, os espectadores atiram moedas ao chão, em frente a eles para homenageá-los. Eles, então, alegram-se e brincam entre si, empurrando as moedas com o bastão para que o outro palhaço as colete, aproveitam para instigar o público a jogar mais dinheiro, que eles colocam em sacolas para coleta desses donativos;
  • Coro: É constituído geralmente por seis pessoas que são, ao mesmo tempo, cantores e instrumentistas o número, todavia, varia de entre as regiões. Cada membro do coro tem sua função.
  • Mestre ou Embaixador: é o principal personagem da folia, ou ainda chefe da folia, porque ele organiza a logística do grupo, o trajeto, horários e os instrumentos, e é o responsável improvisar os versos cantados nas residências. Cabe aos mestres a responsabilidade de manter viva a tradição e se encarregar da transmissão oral dele, como lembra Luís da Câmara Cascudo.
  • Bandeireiro ou Alferes da bandeira: Tem a função de carregar a bandeira do grupo respeitosamente. Ela é apresentada ao chefe da residência onde a folia passa para receberem os donativos oferecidos pelas famílias.
  • Festeiro: Figura importante pois é, geralmente, de sua residência que os foliões fazem a “tirada da bandeira” e também para onde é feito o retorno ao final do “giro”. Às vezes é utilizada a casa do Mestre para a saída e chegada da bandeira ou alguma pessoa, que por motivo de promessa mantem as despesas da folia.

É importante destacar que nas folias não existe a participação feminina conforme indica Porto: Os Reis Magos não trouxeram consigo suas esposas; se os foliões levassem mulher na folia, estariam deturpando o sentido da representação; também, dizem outros, nenhuma mulher visitou o presépio de Jesus; admitir mulher entre os foliões, como participante, seria desviar o sentido da dramatização.


E vale a curiosidade histórica. No evangelho de Mateus, que cita a passagem dos magos, não é mencionado a quantidade, nem os seus nomes. Na bíblia diz que ‘magos do Oriente’ foram visitar Jesus. Confira no capítulo 2 do evangelho de Mateus


Cálix Bento - canção gravada por Milton Nascimento, adaptada do cancioneiro popular por Tavinho Moura

Em janeiro, acontece em Três Pontas o tradicional encontro de Folia e Reis. Todos os Ternos da cidade se encontram para uma bonita festa. Vale a pena conferir!



Pessoal, é no sábado, não perca a data: 30/11

Mineirices é um evento gastronômico produzido e idealizado pelos alunos do curso Técnico em Eventos do Instituto Federal de Educação Tecnológica do Sudeste de Minas - Campus de Juiz de Fora - polo E-Tec de Três Pontas

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